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Milhões crescem em Goiás

Produção de milho em Alexânia se destaca pelo tamanho das plantas, que ultrapassam dois metros e meio de altura

Dirceu Cortez é um agropecuarista que deixou o conforto de Brasília e de Goiânia e hoje está recluso em sua fazenda no município de Alexânia. Dirceu foi líder estudantil e chegou a tirar foto ao lado do então presidente JK. Paranaense, bastante jovem deixou o seu Estado para servir o Exército, em Brasília. Após deixar a caserna, trabalhou num moinho de trigo, em cartório de registro de imóveis, formou-se em Direito e em 1979 comprou uma propriedade rural em Alexânia, a cerca de 120 km da capital de Goiás. Nesta propriedade, ele diversifica sua atividade e produz desde frango caipira a grama sintética. Mas, o que chama a atenção mesmo é o milharal.
Na fazenda implantou um projeto de irrigação por corrugação, ou canais menores com menor espaço entre si, usados para irrigar espécies que apresentam pequeno espaço entre as plantas, em terrenos moderadamente íngremes. Para pôr em prática o projeto, ele contou com assessoria do americano John Batman. A partir daí, começou a conhecer e a se entusiasmar pelos altos índices de produtividade alcançados. Com essa insistência pela adoção de tecnologia moderna, não demorou a ser premiado. Destacou-se como o Melhor Produtor Rural do Ano, concedido pelo então presidente da época, João Figueiredo. 
Ultrapassando as divisas da cidade de Alexânia, Dirceu Cortez contribuiu com o Programa de Desenvolvimento Rural, administrado pelo Banco do Brasil. Em Goiás, participou do lançamento do Congresso de Cooperação para a Prosperidade da Agricultura (Conagro), ajudou a fundar a Associação Comercial e Industrial de Alexânia, presidiu o Sindicato Rural do Município e ocupou as funções de diretor-secretário da Federação da Agricultura de Goiás. Hoje, é vice-presidente da Associação Goiana de Piscicultura (AGP), vinculada à Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA).

O GIGANTE

A insistência de Cortez por crescentes índices de produtividade está valendo a pena na safra de milho para produção de silagem. Com a variedade Emgopa 501, produzida pela Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária, mais conhecida pela sigla Emater, Dirceu está rindo às paredes. O milho cresceu tanto que passou dos dois metros e meio de comprimento e está bastante viçoso. Numa área de três hectares, onde usa adubo do cocô da galinha e ureia, num hectare está obtendo 70 toneladas. A média goiana é de 50 toneladas.
A semente dessa variedade Emgopa 501 ele pagou R$ 56 a saca de 20 quilos. A linha concorrente é ofertada de R$ 380 a R$ 420. Somente a Emater dispõe dessa variedade no mercado de sementes. “Não dá lagarta, por isso não gastei com pulverização e as folhas dos milharais estão verdes”, comemora ao lado de representantes da Emater, que conheceram a sua produção na última terça-feira. Dorivam Nascimento Cruz e Carlos César Queiroz realmente ficaram satisfeitos com o que viram e tiraram, inclusive, fotografias junto aos pés de milho. Dorivam, para conferir o que via, tomou a trena e mediu. Exatamente 2,60 metros de altura. São quatro plantas por metro linear. 
A colheita será efetuada em janeiro. A adubação exigiu 300 quilos por hectare e 150 quilos de ureia. Três toneladas de esterco de galinha foram utilizadas como adubo no plantio. Carlos César observa que “com toda a transgenia das variedades concorrentes, não chega a essa variedade sintética, que custa apenas um quinto das demais variedades transgênicas”. São, de fato, 20 sacas por hectare. Dirceu Cortez concorda ao sinalizar com a cabeça e emite o seu conceito. “O milho Emgopa 501 é de baixo custo e de alto índice de produtividade”, ressalta. 
O engenheiro agrônomo Pedro Manuel Monteiro, um dos pesquisadores da cultivar do Emgopa 501, lembra que nos experimentos feitos na Estação Experimental de Goiânia, há mais de vinte anos, os resultados foram positivos. A variedade ofereceu maior rendimento, proporcionou a consorciação com a soja, aumentando a produção de proteína bruta e a digestibilidade correspondeu às expectativas.
Comentando a situação, Pedro Monteiro observa que “um dos maiores problemas da pecuária leiteira em Goiás é a escassez de forragem durante a época seca, que ocasiona uma diminuição da produtividade do rebanho”. Para reduzir este problema, é utilizada a suplementação de concentrado que ocasiona um aumento dos custos de produção. A silagem de milho é uma das opções.


Fonte: Diário da Manhã/DM (http://twixar.me/wV)

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