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Safra de verão em perímetro sergipano da Codevasf é 20% maior que no ano passado

O perímetro irrigado Betume, explorado exclusivamente por agricultores familiares em Sergipe, registra uma safra de verão 20% maior que a do ano passado. A constatação é da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), responsável por acompanhar a gestão do perímetro e pela infraestrutura de uso comum.
“O agricultor acreditou na sinalização do mercado, apostou em aumentar sua área irrigada, manteve a produtividade e, de quebra, recebeu sementes de qualidade do Governo do Estado e teve seu parque de equipamentos renovado por meio da Codevasf”, resume o Gerente de Irrigação da Companhia em Sergipe, Ricardo Martins. A produção neste verão ficou em 13 mil toneladas no Betume.
O Betume é um dos três perímetros implantados e acompanhados pela Codevasf no Baixo São Francisco sergipano. Juntos, eles reúnem 1.274 famílias que vivem e trabalham nos perímetros, e geram mais de 10 mil empregos diretos. A rizicultura é o cultivo predominante.
De acordo com o balanço anual recentemente fechado pela Codevasf, os perímetros irrigados Propriá, Cotinguiba/Pindoba e Betume fecharam o ano de 2014 com uma produção total de 24.870 toneladas. Os produtores dos perímetros alcançaram um valor bruto de produção de aproximadamente R$ 13,7 milhões. 
O perímetro irrigado Betume, que concentra a maior parte da produção de arroz da região, foi responsável pela produção de 13 mil toneladas. O perímetro Cotinguiba/Pindoba, por sua vez, colheu 9,9 mil toneladas de alimentos no ano passado. E o perímetro Propriá teve uma safra de 2.205 toneladas produzidas ao longo de 2014. De acordo com o balanço elaborado pela Codevasf, os produtores dos perímetros irrigados colheram uma área total de 4.235 hectares.
Além do arroz, cultivado em sistema de irrigação por inundação, a piscicultura também está presente nos perímetros do Baixo São Francisco sergipano, com grande produção de alevinos no perímetro Propriá. No projeto Cotinguiba/Pindoba, o sistema de irrigação por aspersão possibilita o plantio de banana, coco verde, milho, frutas, além de grama esmeralda, utilizada principalmente para paisagismo.
A expectativa é que, com a retomada do serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) no final do ano passado, e a continuidade dos investimentos na reabilitação da infraestrutura de uso comum, os perímetros ampliem sua produção na próxima safra. “A Codevasf está trabalhando para dar melhores condições aos nossos perímetros, fornecendo máquinas novas e reabilitando canais de irrigação e sistemas de bombeamento. Além disso, estamos buscando recursos para implantar novas bombas flutuantes, melhorando a captação de água”, afirma Said Schoucair, superintendente regional da Codevasf.
O gerente regional de Irrigação, Ricardo Martins, ressalta que os dados preliminares deste ano, com a colheita de arroz realizada entre janeiro e março, indicam um aumento da produção. “Essa melhoria deve se refletir no próximo balanço anual. E é importante acrescentar que os produtores estão satisfeitos com os preços pagos pela saca de arroz, que se deve ao trabalho executado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e pela Codevasf para viabilizar mais opções de comercialização”, declara Martins.
Atualmente, a Codevasf executa as obras de reabilitação de 57 quilômetros de canais de irrigação nos perímetros Propriá, Cotinguiba/Pindoba e Betume, fruto de um investimento de R$ 26,2 milhões, e a reabilitação de 51 conjuntos de eletrobombas, em que estão sendo investidos R$ 2,1 milhões.
Está em andamento também a pavimentação granítica de 36 quilômetros de corredores internos de escoamento da produção agrícola, obra que é realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Infraestrutura e do Desenvolvimento Urbano (Seinfra), resultado de um investimento de R$ 13,7 milhões.


Fonte: Codevasf

Projeto Marrecas-Jenipapo vai impulsionar agricultura irrigada no Piauí

Projeto Marrecas-Jenipapo vai impulsionar agricultura irrigada no Piauí A produção de frutas irá colorir a paisagem do sertão do Piauí com a implantação, pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), do projeto de irrigação Marrecas-Jenipapo, em São João do Piauí. As obras já alcançam 60% de execução e têm previsão de conclusão para janeiro de 2016. O custo inicial estimado é de R$ 46,5 milhões; os recursos são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto está sendo instalado no Assentamento Marrecas, a uma distância de 31 km da sede do município de São João do Piauí, a 500 km de Teresina, capital do estado. Cerca de 200 famílias de produtores do assentamento serão diretamente beneficiadas, e 600 empregos indiretos serão criados no perímetro – que também terá reflexos sobre a economia de 13 municípios do seu raio de abrangência, os quais reúnem uma população de aproximadamente 80 mil pessoas. No momento, estão sendo implantadas as infraestruturas hídricas como canais, drenagem, estradas, rede de energia, reservatórios, unidades de bombeamento, limpeza da área e demarcação dos lotes. Quando concluído, serão mil hectares irrigados para fruticultura, distribuídos pelos produtores familiares que irão cultivar, cada um, uma média de cinco hectares. Atualmente, com apoio da Codevasf, uma área irrigada de 90 hectares já é explorada pelos assentados. Segundo explica o gerente Regional de Empreendimentos de Irrigação da 7ª Superintendência Regional da Codevasf, Maximiliano Saraiva Arcoverde, esse projeto tem grande importância para os produtores porque vai fornecer um avanço na produção por meio de melhorias tecnológicas. “Toda tecnologia irrigada permite um retorno melhor dos investimentos. O produtor que atualmente trabalha com agricultura de sequeiro, que fica dependente das chuvas, muitas vezes escassas, tem perdas. Isso vai acabar. Com a agricultura irrigada você tem uma garantia de insumo produtivo que é a água, tem a possibilidade de adotar novas tecnologias, que é a parte da irrigação, trabalhar culturas mais nobres como a fruticultura, e tudo isso permite que o produtor tenha um ganho na sua renda e uma possibilidade melhor para exercer o seu trabalho”, afirma. O gerente, que é engenheiro agrônomo, acrescenta que o assentamento Marrecas é destaque na região porque consegue produzir por meio da irrigação e atender aos mercados dos municípios próximos, fornecer alimentos para a merenda de escolas da região, além de as famílias produzirem boa parte do que consomem. “Hoje os agricultores movimentam a economia dentro do próprio assentamento. Com esses mil hectares, eles serão capazes de movimentar a economia em outras regiões, extrapolando o mercado do Piauí, como em Petrolina, por exemplo. Isso permite um salto na renda do município”, conta. Aumento de renda Um grande salto na renda foi o que aconteceu com a família da agricultora Maria de Lourdes Pereira Souza, de 44 anos. Moradora do assentamento desde 1989, ela conta que havia muita dificuldade para produção. Segundo Maria de Lourdes, na década de 90 o então superintendente da Codevasf, Hildo Diniz, incentivou uma experiência no assentamento com a água de um poço jorrante que havia no local, o segundo maior do estado. “Com a ajuda da Codevasf, que me deu orientação técnica, eu comecei a cultivar goiaba, mesmo com a resistência da família, que não acreditava que desse certo. Trabalhei com minhas filhas e na primeira safra produzi cinco mil, depois dez mil, 15 mil, 20 mil. Provei para eles que dava certo”, comemora. Hoje, ela e a família têm sete hectares irrigados, onde produzem uva de mesa e goiaba; e já plantaram melancia e maracujá. “Consegui reformar minha casa, comprar duas casas na cidade, comprar um carro zero km, moto, terreno e dei educação aos meus três filhos. Então se eu disser que o acompanhamento da Codevasf foi fundamental, eu estou falando a verdade”, ressalta. Sobre o assentamento O projeto de irrigação Marrecas-Jenipapo, localizado no Assentamento Marrecas, fica a uma distância de 31 km da sede do município de São João do Piauí, a 500 km de Teresina, capital do Estado. Atualmente, existem duas Agrovilas, a de Capim Grosso e a do assentamento Marrecas, com infraestrutura de estradas vicinal, sistemas de abastecimento d’água, rede de energia, duas escolas e um posto médico com mais de 227 famílias residentes. Os produtores rurais já cultivam uma área irrigada de aproximadamente 90 hectares irrigados, uma parte com o sistema de irrigação tipo aspersão, destinada a culturas temporárias como feijão, milho, abóbora e melancia e outra com microaspersão, dirigida principalmente à fruticultura, como mamão, goiaba e uva das variedades Itália melhorada, Benitaka e Brasil. Como a cultura de uva é destaque na região, elas são produzidas de forma escalonada, com produtividade de 27 toneladas por hectare. São 13 os municípios que estão no raio de implantação do projeto: São João do Piauí, Simplício Mendes, Dom Inocêncio, Campo Alegre do Fidalgo, Coronel José Dias, Socorro do Piauí, Ribeiro do Piauí, Nova Santa Rita, Paes Landim, Capitão Gervásio, Bela Vista, Pajeú do Piauí e João Costa. Para Superintendente da 7ª SR – Codevasf no Piaui,o projeto de irrigação levará água do rio Piauí, a partir da barragem Jenipapo, aos lotes familiares. Estudos de viabilidade indicam que a produção agrícola do município deverá subir de 5.684 toneladas por ano para 17.584 toneladas e a renda média anual deverá subir de R$ 822 para R$ 5,5 mil. Além disso, revela o superintendente Inaldo Guerra , os investimentos no Marrecas-Jenipapo poderão transformar o estado do Piauí em um dos grandes produtores de frutas da região Nordeste, especialmente de uva, devido à existência de condições favoráveis de solo, clima e disponibilidade de água. A localidade já dispõe de infraestrutura de 25 km de estradas, dois sistemas de abastecimento de água, 22 km de ligações elétricas, duas escolas e um posto médico.


Fonte: Meio Norte

Audiência discute perenização de água no Projeto Pontal em Petrolina

Na pauta, a avaliação de implementação da PPP do Projeto Pontal. Sindicato pede irrigação de 3 mi, hectares.


Autoridades políticas, associações, agricultores e representantes sindicais participaram na manhã desta segunda-feira (30) de uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Petrolina, no Sertão pernambucano. Na pauta, a avaliação de implementação da Parceria Público-Privado (PPP) no Projeto Pontal, na Zona Rural da cidade.
A audiência foi presidida pelo vereador Geraldo da Acerola (PT). “Eles têm o sonho de ter a sua terra e plantar. E com a chegada da irrigação alimentou isto neste povo. Com o surgimento da PPP, eles foram obrigados a vender suas terras à Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) que foram destinadas a um só empresário”, explicou o legislador. Uma mobilização dos trabalhadores sem-terra e de agricultores de diversas áreas reivindicavam a perenização do riacho em 3 mil hectares do Pontal e que 70% da área seja dada ao pequeno produtor e 30% para os grandes empresários.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Francisco Pascoal, a principal luta é pelas famílias que estão em área de sequeiro, ou seja, onde não há irrigação. “Nós queremos que a Codevasf irrigue cerca de 3 mil hectares aptos a fazer um projeto de irrigação, além da perenização do riacho”, disse.
Projeto Pontal é composto por cerca de 12 mil hectares, mas 8 mil já estão irrigadas, segundo o sindicato. Francisco Pascoal ressaltou ainda que a água precisa atingir em média 500 famílias. “Nós queremos que o Governo Federal irrigue a área do canal morto e sejam feitos lotes para as famílias, principalmente nos assentamentos. Nestes locais passa água, mas que não está disponível para que os agricultores trabalhem”, disse. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o Projeto Pontal está pronto desde 2008.
Algumas representações das comunidades rurais do entorno do Pontal foram convocadas para participar da audiência, entre elas, Cleidmar de Souza, presidente da Associação dos Moradores de Uruás. “Há mais de 12 anos a gente vem lutando contra este modelo de política que exclui o pequeno. Estamos aqui para ver se algo pode ser feito no sentido do Pontal ser entregue 70% ao pequeno produtor e apenas 30% ao empresário”, explicou.
O ex-deputado Osvaldo Coelho, também foi convidado. Para o político, a Parceria Público-Privado no Projeto Pontal deve ser repensada. “Esta audiência é uma luta contra a injustiça que é esta PPP. Mas a perenização é um sonho antigo”, enfatizou.
O superintendente da Codevasf, João Bosco Lacerda, explicou e não descartou a possibilidade de criação de novos projetos para contemplar as famílias na área de sequeiro. “Precisamos complementar o projeto. A capacidade que temos não dá para fazermos a irrigação de todo o Projeto Pontal. Atualmente irrigamos para mais de 800 famílias. E se este projeto não atender a demanda teremos que criar outra solução de outro canal”, disse.
Segundo João Bosco, o projeto já existe há mais de 18 anos e tem progressão lenta. “O pontal tem mais de 18 anos que foi dado inicio, é um projeto que vem se arrastando. Desde o ano passado que a população convoca. E entendemos que o governo precisa dar uma resposta”, disse.


Fonte: G1.com - Petrolina e Região

Agricultores do Alto Tietê podem fazer empréstimo a 0% para irrigação

Dinheiro poderá ser usado para montar ou modernizar sistema. Inscrições vão ser entre 7 e 17 de abril.

Agricultores do Alto Tietê podem contratar uma linha de crédito com juros zero para investir em irrigação. A iniciativa foi feita por meio do Fundo de Expansão de Agronegócio Paulista (FEAP) e da Desenvolve São Paulo. O dinheiro deve ser aplicado na modernização dos sistemas de irrigação das propriedades rurais localizadas nas bacias de contribuição dos reservatórios de abastecimento público do Alto Tietê. O financiamento é exclusivo para os produtores rurais de Biritiba Mirim,Suzano, Mogi das Cruzes e Salesópolis. A ideia é tentar incentivar a economia de água usando novas tecnologias.
A economia de água estimada é de 50% em cada projeto de modernização. Além da construção de reservatórios, a troca de aspersores - que são as válvulas que liberam água para a irrigação - por outros de menor vazão e a instalação de sistemas de gotejamento são alguns dos projetos que podem ser financiados. O financiamento pode ser pago em até seis anos, com um ano de carência. O valor máximo a ser tomado emprestado é de R$ 240 mil por beneficiário do programa.
O agricultor Paulo Shintate afirma que se conseguir o financiamento quer acabar com os vazamentos que ocorrem no seu sítio. “Trocando a linha mestre já ajudaria no vazamento. Evitando vazamentos, a gente molha menos tempo a área e economiza energia também”. Porém, o agricultor também teme, pois se a seca voltar com força neste ano o governo não descarta a possibilidade de impedir que os produtores usem água, mesmo tendo outorga. Neste caso, o financiamento viraria um prejuízo.
A criatividade, além da modernização, também conta muito na área rural. Evandro Toshiyuki Omura, agricultor, sofria muito com falta de água para irrigação no seu sítio, na época da primavera. Foi então, que há seis anos construiu, em seu próprio terreno, um tanque com capacidade para mais de 1 milhão de metros cúbicos de água. Quando não recebe água do poço artesiano do sítio, recebe da chuva. “Eu tinha problema de falta de água. Ficava praticamente seis meses com problema de água. Depois que instalamos este tanque não tenho mais problemas. Talvez ainda diminua a área produtiva na época de seca, mas depois volta ao normal. O pouco que eu ganho eu vou investindo nas tecnologias”, conta o agricultor. Um investimento em tanque pode custar em torno de R$ 20 mil, algo muito caro para muitos, mas que agora pode ficar mais viável para os agricultores.
As garantias pedidas ao agricultor para o empréstimo podem ser hipoteca, fiança e outra formas negociadas diretamente com o agente financeiro. Os interessados podem se inscrever entre os dias 7 e 17 de abril, no escritório da CAT de Mogi das Cruzes, que fica na Avenida Cândido Xavier de Almeida e Souza, 35, no Centro Cívico. Mais informações podem ser obtidas no telefone 4798-1001.


Fonte: G1.com - Mogi das Cruzes e Suzano

Animais silvestres se refugiam em área de projeto de irrigação, em GO

Bichos povoam os cerca de 21 mil hectares, em São Miguel do Araguaia. Para segurança, caça foi proibida e visitas só são feitas com autorização.

A área do Projeto de Irrigação Luís Alves, em São Miguel do Araguaia, no norte de Goiás, virou refúgio para animais e aves silvestres. Ao longo das plantações, é possível encontrar bichos de diversas epécies em busca de abrigos e alimentos. Para garantir a segurança dos "moradores", a região está sendo preservada.
O projeto começou a funcionar em 1997, com área estimada em 21 mil hectares, sendo 7 mil para o cultivo de diversas plantações. Elas são realizadas em etapas, sendo que a última safra colhida foi de arroz. Desde o início dos trabalhos, segundo a superintendente Maria Noeli, um grande número de animais passou a povoar a região.
Entre as milhares de aves encontradas no local estão os carcarás, que não demonstram se importar com o homem. Os tuiuiús, também conhecidos como jaburus, aves que chegam a medir 3 metros de cumprimento da ponta de uma asa à outra, também são presenças constantes.
Durante um passeio pelas plantações e pelas margens de um lago, a reportagem ainda avistou animais como jacarés, antas, lobos-guarás e até mazamas, conhecidas como veados-catingueiros.
Para garantir que os animais permaneçam em segurança, todos os dias uma equipe do Projeto de Irrigação Luís Alves monitora as áreas de plantio. Além disso, a caça foi proibida e, para ter acesso ao local, é preciso ter uma autorização. “Vocês veem que essa presença de animais silvestres mostra que a preservação do meio ambiente está sendo benéfica ao município”, afirmou Maria Noeli.


Fonte: G1.com - Goiás

MI e MDA priorizam ações para o Projeto de Irrigação Jaguaribe-Apodi (CE)

Grupo de trabalho vai elaborar proposta para definir critérios de acesso e o modelo de gestão para ocupação, regularização fundiária e apoio ao desenvolvimento da produção. 

Os ministérios da Integração Nacional (MI) e do Desenvolvimento Agrário (MDA) instituíram um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para elaborar proposta que defina os critérios de acesso e o modelo de gestão para ocupação, regularização fundiária e apoio ao desenvolvimento da produção de agricultores familiares no Projeto de Irrigação Jaguaribe-Apodi (CE). A portaria foi publicada na edição de quinta-feira (26/3) do Diário Oficial da União.
A área inicial destinada a pequenos produtores rurais, de 1 mil hectares, foi definida em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) celebrado entre o Ministério Público Federal e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Posteriormente, por meio de negociações entre os movimentos sociais, a Secretaria-Geral da Presidência da República e a Secretaria Nacional de Irrigação (Senir) do MI, a área foi ampliada para 1,7 mil hectares, incluindo área de reserva legal.
O GTI será composto por representantes da Senir e da Secretaria Executiva (Secex) do MI; Dnocs; do MDA; do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); do Movimento dos Sem Terra da Chapada do Apodi (CE); das comunidades acampadas da Chapada do Apodi (CE); da Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte (CE) e da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos da Universidade Estadual do Ceará.
Os órgãos e entidades indicarão o nome dos representantes à Secretaria Executiva do Ministério da Integração Nacional no prazo de 10 dias contados da data da publicação desta portaria e serão designados por ato da própria pasta.



Fonte: Ministério da Integração Nacional

Economia de água na agricultura é tema de evento no DF

Rede Agrohidro da Embrapa busca despertar a atenção para a questão. Confira algumas dicas do pesquisador Lineu Neiva.

Nesta sexta-feira (27), a Rede Agrohidro, da Embrapa, vai realizar o I Dia da Água na Agricultura no Distrito Federal, com atividades em comemoração ao Dia Mundial da Água no núcleo rural do Buriti Vermelho, a partir das 8h30.
Além de nivelar as informações entre as instituições que atuam na região e o comitê da bacia do Rio Preto, o evento pretende aumentar a sinergia entre as instituições, despertar a atenção para a questão da água na agricultura e definir uma agenda visando ao uso racional da água na região.
O pesquisador da Embrapa Cerrados e coordenador da Rede Agrohidro,Lineu Rodrigues, ministrará palestra sobre agricultura e recursos hídricos na Bacia do Buriti Vermelho. 
Também haverá apresentações de representantes do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), da Emater-DF, da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri), da Agência Reguladora de Águas e Saneamento (Adasa), e do Comitê de Bacia dos Afluentes do Rio Preto no DF.
As palestras terão duração de 20 minutos, com mais 10 minutos para perguntas. À tarde, será promovido um debate sobre ações efetivas que podem ser realizadas pela Rede em parceria com as diversas instituições.

Programação

O evento integra as ações que estão sendo promovidas pela Rede Agrohidro em diversas regiões do País durante esta semana. Confira a programação completa
A Rede Agrohidro foi formada por um grupo de pesquisadores da Embrapa em virtude dos desafios associados às crises de suprimento de alimentos e de água no mundo, e tem parcerias estratégicas com diversas universidades e instituições governamentais. Atualmente, a rede conta com atividades em todos os biomas brasileiros e desenvolve diversos projetos de pesquisa.
O evento acontece na Escola Classe Buriti Vermelho – DF-270 - Núcleo Rural Buriti Vermelho no Paranoá (DF).

Economia na agricultura

A agricultura é responsável pela maior parte do consumo de água. Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, Lineu Neiva Rodrigues, hoje estima-se que o setor utilize cerca de 70% das águas retiradas dos mananciais .
"Este número tem sido bastante questionado quanto a forma com que é calculado. Em relação à eficiência de irrigação, que dá uma estimativa da perda de água no sistema, os equipamentos mais modernos irrigam com uma eficiência em torno de 80 a 90%", relata. 
Confira abaixo algumas sugestões do pesquisador para evitar o desperdiço na agricultura: 
Verificar se há vazamento em tubos condutores de água. Caso constatado é aconselhável providenciar o conserto imediato;
Realizar a irrigação da planta no período noturno, momento em que a força dos ventos é menor;
Adotar técnicas de manejo de irrigação, como, por exemplo, o tensiômetro ou métodos do balanço de água no solo;
Determinar a quantidade de água perdida por meio do processo de 'evapotranspiração' da cultura - processo simultâneo de transferência da água para atmosfera por evaporação da água do solo e transpiração das plantas;
Realizar a medição da água da chuva através de equipamentos como pluviômetros;
Em fruticultura (mamão, uva) e hortaliças, a ‘irrigação localizada (gotejamento’ e ‘microaspersão')’ é mais utilizada. Trata-se de um método que normalmente apresenta maior eficiência, embora isso não possa ser generalizado;
Já em grandes plantações utilizam-se outros métodos de irrigação, como a aspersão convencional e o pivô central.
Visite o site Água na Agricultura e conheça as tecnologias para o uso eficiente e sustentável da água na atividade agrícola.


Fonte: Portal Brasil

Projetos da Codevasf permitirão economia de até 70% da água em quatro perímetros do Submédio São Francisco

Projetos executivos que apontam para uma economia de 60 a 70% do volume anual da água utilizada nos perímetros irrigados Bebedouro, em Pernambuco, e Curaçá, Tourão e Maniçoba, na Bahia, serão entregues, no próximo dia 07 de abril, pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a 670 produtores familiares.
Nos projetos estão detalhados todos os pontos necessários que vão permitir aos agricultores realizar a substituição dos seus sistemas de irrigação originais, com sulcos perdulários, por sistemas localizados mais eficientes, como gotejamento e microaspersão, a exemplo do piloto implantado no perímetro Mandacaru. O investimento nessa ação foi da ordem R$ 1,5 milhão, com recursos da Codevasf e do Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Irrigação (Senir), repassados diretamente à Companhia.
“Esse é um investimento de resultado rápido e eficaz, que irá proporcionar ao agricultor a redução de gasto com energia elétrica, diminuição significativa do consumo de água, incremento da superfície da área útil irrigável e consequentemente aumento da produtividade. Ganha o produtor e ganha o meio ambiente”, afirma o presidente da Codevasf, Elmo Vaz.
No Mandacaru, localizado a cerca de dez quilômetros da sede de Juazeiro (BA), além da economia de água na irrigação de todo o perímetro – em torno de 50% –, a metodologia, desenvolvida pelos engenheiros agrônomos Rodrigo Vieira e Frederico Calazans e pelo engenheiro eletricista Juan Ramon Fleischmann, da Codevasf, pôs um ponto final no desperdício de água, permitiu maior eficácia na aplicação dos produtos químicos, melhor desenvolvimento da planta, economia de energia elétrica, redução dos custos de produção, aumento significativo dos índices de produtividade e melhoria da renda do produtor.
De acordo com Frederico Calazans, que é secretário-executivo da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, a introdução de algumas inovações no desenvolvimento dos projetos, como os testes de bulbo, que permitem, por exemplo, uma melhor definição dos equipamentos a serem instalados, vai propiciar uma economia ainda maior nos quatro perímetros onde a metodologia deve ser implantada. “Nos projetos concebidos pela empresa vencedora da licitação, sob a supervisão dos técnicos da Codevasf, chegamos a uma economia média de 60% de água nos perímetros e com uma precisão ainda maior do que no Mandacaru”, explica.
Calazans acrescenta que o custo total estimado para a implementação de todos projetos é em torno de R$ 39 milhões. “A agricultura irrigada deve ser repensada, conduzida, ao máximo, na eficiência pelo uso da água. Com essa economia, essa água pode ser, inclusive, direcionada para outros usos, dentre eles, energia elétrica, consumo humano, indústria. A criação de um fundo de modernização da agricultura irrigada poderia facilitar o acesso dos produtores aos recursos necessários para implementar os projetos em suas propriedades”, opina.
O engenheiro Rodrigo Franco, que é um dos fiscais do projeto, destaca a relevância dessa ação, sobretudo em uma época em que o país passa por uma crise de abastecimento hídrico. “Esse projeto é importante não só para a região. Ele é importante para qualquer lugar do planeta em que haja desperdício de água. Não se justifica mais trabalhar com irrigação por superfície. A metodologia que desenvolvemos está comprovada e aprovada. É pegar e implantar”, reforça.
Os produtores de Bebedouro, Curaçá, Maniçoba e Tourão estão ansiosos por receber os projetos. É o caso de Domingos Rocha da Silva, que há 33 anos atua no perímetro Curaçá. Em seu lote, com cerca de sete hectares, ele planta manga e coco. “Estou bem animado. Os outros produtores que já fizeram a mudança do sistema me disseram que diminuem os custos com água. Chegando aqui, o que eu mais quero é montar logo. Só vai trazer benefícios”, disse.

Projeto piloto

O projeto-piloto concebido pelos engenheiros da Codevasf foi realizado em um dos lotes do perímetro Mandacaru, o de número 38, onde eles fizeram estudos sobre as necessidades do lote, a oferta de água necessária para o desenvolvimento da produção e o melhor sistema de irrigação a ser utilizado.
Basicamente, os perímetros irrigados funcionam com uma estrutura hídrica composta por sistemas de captação e distribuição de água e drenos de escoamento da água não utilizada ou de chuva. No sistema mais tradicional de irrigação, a água é bombeada do rio e levada, por gravidade, através de canais abertos até os lotes, onde, por meio de valas ou subcanais, é jogada na terra através do uso de sifão. Esse sistema apresenta problemas como desperdício de água, seja pela evaporação, vazamentos, seja pelo excesso do líquido; além de erosão do solo e contaminação do meio ambiente, pois a água carreia os produtos químicos utilizados na produção.
O sistema idealizado pelos engenheiros da Codevasf constitui-se de pequeno reservatório escavado na terra e dentro do lote, de onde é retirada a água por meio de bomba, que pressuriza e leva o líquido por meio de pequenas mangueiras plásticas, de aproximadamente 33 mm de diâmetro e com pequenos furos, por onde a água goteja sobre a planta. Dependendo da cultura, a técnica utilizada é a de microaspersão, que funciona de maneira semelhante, só que a mangueira não possui furos, e a água é aspergida por meio de pequena haste cravada na terra com um microaspersor na ponta, que distribui a água em uma pequena área próxima à planta.

Metodologia reconhecida

Os resultados do Mandacaru em relação à economia de água e aumento da produtividade já são comprovados. “Mais terra sendo irrigada, com uso mais eficiente da água. A mesma quantidade que antes atendia parcialmente os 400 hectares do perímetro de Mandacaru, hoje atende cerca de 800 hectares – dobrou a capacidade do perímetro – e ainda sobra recurso hídrico para a geração de energia e outros usos”, destaca Frederico Calazans. Com a mudança no sistema de irrigação realizada no perímetro Mandacaru, a Codevasf já recebeu importantes premiações. No ano passado, a empresa foi uma das finalistas do Prêmio ANA 2014 na categoria “Governo”, pela contribuição para a gestão e o uso sustentável dos recursos hídricos.
A Companhia também foi uma das finalistas do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2013, na categoria “Gestores Públicos” e, em 2009, conquistou o prêmio ECO (promoção da Amcham e do Jornal Valor Econômico), na categoria Sustentabilidade em Novos Projetos, atribuído pela primeira vez ao Nordeste.
Em 2011, o projeto foi apresentado no Fórum de Sustentabilidade Empresarial da Rio+20, realizada no Rio de Janeiro. No mesmo ano, a empresa recebeu o Selo Diamante pela organização não-governamental Ecolmeia, de São Paulo, por essa iniciativa.


Fonte: Codevasf

Novos equipamentos ampliam eficiência da produção familiar em perímetros da Codevasf

Os perímetros irrigados Propriá, Cotinguiba/Pindoba e Betume, no Baixo São Francisco sergipano, estão tendo seus equipamentos renovados pela Codevasf. Nesta terça-feira (24), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba entregou três caminhões-caçamba para as associações de produtores dos perímetros – os veículos serão usados em ações rotineiras de operação e manutenção. O ato de entrega foi realizado no Escritório de Apoio Técnico de Propriá (SE).
A aquisição dos caminhões é resultado de um investimento de R$ 1,8 milhão, montante utilizado também na aquisição de três escavadeiras hidráulicas e uma retroescavadeira. O valor investido pela Codevasf garantiu ainda a capacitação dos operadores responsáveis pelo uso das máquinas e veículos. A ação foi realizada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O presidente da Associação de Produtores do Perímetro Propriá, Roberto Alves, disse que a ação atende a uma necessidade dos agricultores familiares instalados no projeto. “Essas caçambas viabilizam a remoção e o transporte de materiais, possibilitando a recuperação de estradas. E as máquinas são fundamentais para os perímetros, porque é com elas que fazemos o serviço pesado. Sem esses equipamentos, não é possível realizar nenhuma ação de revitalização”, afirmou.
Said Schoucair, superintendente regional da Codevasf em Sergipe, afirmou que a empresa está empenhada na reabilitação dos perímetros do Baixo São Francisco sergipano. “Entregamos várias máquinas novas que vão contribuir para a melhoria das condições dos perímetros irrigados Propriá, Cotinguiba/Pindoba e Betume. E mantemos o compromisso de viabilizar novas ações, sempre em parceria com os distritos de irrigação, para o desenvolvimento dessa região”, declarou o superintendente.
A Codevasf está realizando uma série de investimentos para reabilitar os perímetros irrigados Propriá, Cotinguiba/Pindoba e Betume. No início do ano, foi concluída a reabilitação de mais de 141 mil metros cúbicos da rede de drenagem, com a reconstrução de 2.441 metros cúbicos. Estão em andamento as obras de reabilitação de 57 quilômetros de canais de irrigação, fruto de um investimento de R$ 26,2 milhões e a reabilitação de 51 conjuntos de eletrobombas, em que estão sendo investidos R$ 2,1 milhões.
Está em andamento também a pavimentação granítica de 36 quilômetros de corredores internos de escoamento da produção agrícola, obra que é realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Infraestrutura e do Desenvolvimento Urbano (Seinfra), resultado de um investimento de R$ 13,7 milhões. E está em fase final o serviço de cadastramento e georreferenciamento das áreas dos perímetros irrigados.
Participaram da solenidade o prefeito de Propriá, José Américo de Lima, a vice-prefeita de Propriá, Josilene Lima, o presidente da Câmara Municipal de Propriá, José Aelson Santos, os vereadores Heldes Guimarães e Jurandy Sandes, o coordenador nacional do Movimento Nacional da Luta pela Moradia, Wellington Teixeira, o chefe de gabinete da 4ª Superintendência Regional da Codevasf em Aracaju, Antônio Porfírio, o gerente regional de Irrigação, Ricardo Martins, e o chefe do Escritório de Apoio Técnico de Propriá, Marcos Caetano.


Fonte: Codevasf

Até 2030 planeta pode enfrentar déficit de água de até 40%, alerta relatório da ONU

No Dia Mundial da Água (22 de março), as Nações Unidas afirmaram que uma gestão mais sustentável deste recurso não renovável é “urgente”.

Até 2030, o planeta enfrentará um déficit de água de 40%, a menos que seja melhorada dramaticamente a gestão desse recurso precioso. Essa é a principal conclusão do Relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Água 2015: “Água para um mundo sustentável”, lançado na última sexta-feira (20) em Nova Déli (Índia), em celebração ao Dia Mundial da Água (22 de março).
O Relatório é publicado pelo Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (World Water Assessment Programme, em inglês), liderado pela UNESCO por meio da ONU-Água, mecanismo interagencial das Nações Unidas para assuntos relacionados à água e questões de saneamento. O Relatório enfatiza a necessidade urgente de mudar a forma como nós usamos e gerenciamos esse recurso vital, no momento em que as Nações Unidas preparam a adoção de novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os recursos hídricos são um elemento-chave nas políticas de combate à pobreza, mas por vezes são ameaçados pelo próprio desenvolvimento. A água influencia diretamente o nosso futuro, logo precisamos mudar a forma como avaliamos, gerenciamos e usamos esse recurso, em face da sempre crescente demanda e da superexploração de nossas reservas subterrâneas. Esse é o apelo feito pela edição mais recente do Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento de Recursos Hídricos
“As observações do Relatório são oportunas, porque a comunidade internacional precisa elaborar um novo programa de desenvolvimento para substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, diz a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
“Já existe um consenso internacional de que água e saneamento são essenciais para que muitos dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam atingidos. Eles estão indissoluvelmente ligados a questões como mudança climática, agricultura, segurança alimentar, saúde, energia, equidade, questão de gênero e educação. Agora, devemos olhar para a frente, com vistas à mensurabilidade, ao monitoramento e à implementação”, diz Michel Jarraud, presidente da ONU-Água e secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Demanda crescente

Em 2000, a Índia tinha quase 19 milhões de poços mecanizados ou por tubos, em comparação a menos de um milhão em 1960. Essa revolução tecnológica teve um papel importante nos esforços do país em combater a pobreza, mas o consequente desenvolvimento da irrigação resultou, por sua vez, em um estresse hídrico significativo em algumas regiões do país, tais como Maharashtra e Rajastão.
Esse exemplo ilustra as relações complexas entre o acesso à água e o desenvolvimento. A água é essencial para o crescimento da economia e para o combate à pobreza, e também é diretamente afetada pelo desenvolvimento econômico. Para encontrar uma solução para esse desafio, devemos buscar um equilíbrio entre o suprimento e a demanda da água.
Porém, não estamos nem perto disso. Apesar do progresso considerável que tem sido realizado recentemente, 748 milhões de pessoas ainda não têm acesso a fontes de água potável de qualidade. E aqueles mais afetados são as pessoas de baixa renda, os desfavorecidos e as mulheres.
Ao mesmo tempo, o planeta nunca esteve tão sedento. Para responder às necessidades de uma população em constante crescimento, os setores de agricultura e energia precisam continuar a produzir cada vez mais. De agora até 2050, a agricultura, que consome a maior parte da água, precisará produzir mundialmente 60% a mais de comida, 100% em países em desenvolvimento.
A demanda por bens manufaturados também está aumentando, o que, por sua vez, impõe maior pressão sobre os recursos hídricos. Entre 2000 e 2050, estima-se que a demanda da indústria por água crescerá até 400%.
Enquanto a demanda por água aumenta exponencialmente – espera-se um aumento por volta de 55% até 2050 – e 20% das fontes mundiais de água subterrânea já estão sendo superexploradas, ainda não há um gerenciamento sustentável dos recursos. A irrigação intensa de plantações, a liberação descontrolada de pesticidas e produtos químicos em cursos d’água e a ausência de tratamento de esgoto – que são o caso para 90% das águas residuais em países em desenvolvimento – são provas dessa situação.

Pressões do desenvolvimento sobre os recursos hídricos

O custo ambiental de práticas como essas é muito alto, o que resulta em poluição em larga escala da água e desperdício significativo. Na Planície do Norte da China, a irrigação intensa causou uma queda de mais de 40 metros do lençol freático. O custo ambiental também tem sido notado em termos de danos às vezes irreversíveis a muitos ecossistemas por todo o mundo, especialmente em pântanos e áreas costeiras, o que reduz substancialmente suas capacidades para executar os serviços essenciais dos ecossistemas, como purificação e armazenamento de água.
A mudança climática aumenta ainda mais essa pressão. A maior variação na precipitação e a elevação das temperaturas causam mais evaporação e transpiração por parte da vegetação. Além disso, a elevação do nível do mar ameaça os lençóis freáticos nas áreas costeiras. Assim como em Calcutá (Índia), Xangai (China) e Daca (Bangladesh), outras cidades encontram suas reservas de água subterrânea contaminadas pela água salgada. O cenário é o mesmo nas Ilhas do Pacífico de Tuvalu e Samoa, cujos habitantes dependem cada vez mais de água importada para satisfazer suas necessidades, já que seus lençóis freáticos se tornaram salgados.
Segundo os autores do relatório, essa pressão crescente sobre os recursos hídricos provavelmente também levará a mais disputas entre os setores da economia, bem como entre regiões e nações.
Portanto, está na hora de mudarmos a forma de avaliar, administrar e utilizar esse recurso, destaca o relatório, apontando para falhas na nossa gestão da água. A água é muito barata, se comparada a seu real valor, e raramente é levada em consideração quando são tomadas as decisões relativas à energia e à indústria. Em geral, as decisões que determinam como será utilizada a maior parte dos recursos hídricos são tomadas por um número limitado de atores (estatais, paraestatais e privados) e seguem uma lógica ditada por objetivos de curto prazo mais do que por preocupações ambientais.

O círculo virtuoso do desenvolvimento sustentável

O relatório enfatiza o papel das autoridades públicas para influenciar as escolhas estratégicas que garantirão um futuro duradouro para os nossos recursos hídricos. Recomenda, particularmente, limitar o desenvolvimento de usinas de energia térmica, que atualmente produzem 80% da nossa eletricidade e consomem grandes quantidades de água. Essa limitação pode ser alcançada, por exemplo, pela garantia de subsídios para energias renováveis, como a eólica e a solar, que ainda são relativamente caras.
Isso também poderia significar o oferecimento de recompensas aos agricultores que utilizarem métodos eficientes de irrigação. Por exemplo, em um país árido como Chipre, os subsídios como esses têm levado a uma importante mudança das atitudes dos agricultores em relação a técnicas de irrigação e à imposição de técnicas que consomem menos água.
A transição para modelos mais sustentáveis de produção tem um custo, mas, como o relatório aponta, tais investimentos são parte de um círculo virtuoso. De fato, os estudos mostram que para cada dólar investido na proteção de uma área de captação, até 200 dólares podem ser economizados no tratamento de água.
Portanto, enquanto são necessários 235 mil dólares anuais para aperfeiçoar o tratamento de esgoto com o objetivo de manter ecologicamente intactos os pântanos de Nakivubo em Uganda, esse ecossistema fornece um serviço de purificação de água para a capital, Kampala, cujo valor é estimado em 2 milhões de dólares por ano. Em Nova York, a gestão das áreas de captação faz a cidade economizar um valor estimado de 300 milhões de dólares por ano.
Os esforços realizados por alguns países mostram que são possíveis uma melhor governança e um uso mais cuidadoso da água, inclusive em países em desenvolvimento. As autoridades na área de gestão dos recursos hídricos em Phnom Penh (Camboja) são um caso a ser apontado. Essa organização, anteriormente acusada de corrupção e à beira da falência, tornou-se, no período de uma década, uma das mais eficientes empresas do mundo em suprimento de água. Ela reduziu os desperdícios de água de 60%, em 1998, para 6%, em 2008, o que equivale a todo o suprimento de água de Cingapura.
Na ocasião em que as Nações Unidas se preparam para aprovar os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030, o relatório aponta para a necessidade de se dedicar um objetivo inteiramente aos recursos hídricos. O documento argumenta que o foco deve ser estendido da água potável e do saneamento – como foi o caso dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – para a gestão mundial de todo o ciclo da água. Assim, os ODS propostos considerariam questões relativas a governança, qualidade da água, gestão de águas residuais e prevenção de desastres naturais. Os ODS serão finalizados no segundo semestre de 2015, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.
O Relatório Mundial das Nações Unidas para o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos é o resultado da colaboração de 31 agências do Sistema da ONU e de 37 parceiros internacionais que compõem a ONU-Água. Ele é produzido pelo Programa Mundial de Avaliação de Recursos Hídricos (World Water Assessment Programme – WWAP), liderado pela UNESCO.
O relatório apresenta uma descrição exaustiva da situação dos recursos hídricos no mundo e, até 2012, ele foi publicado a cada três anos. Desde 2014, ele passou a ser uma publicação anual dedicada a um tema específico. Seu lançamento em 2015 coincide com o Dia Mundial da Água, cujo tema também é o mesmo do relatório.


Fonte: ONUBR

Governo e Ministério da Integração planejam Plano Estadual de Irrigação

Autoridades do Governo de Mato Grosso se reuniram na tarde desta quinta-feira (19.03) com representantes do Ministério da Integração Nacional (MI), para discutir a possibilidade da implantação do Plano estadual de Irrigação de Mato Grosso. 
Na reunião ocorrida no palácio Paiaguás, estiveram presentes o vice-governador do Estado Carlos Fávaro, o secretário de Agricultura Familiar e Regularização Fundiária (Seaf), Suelme Fernandes, o presidente da Empresa Mato-grossense de Pesquisa e Assistência Rural (Empaer), Layr Mota e o coordenador geral de negócios da agricultura irrigada do Ministério da Integração, Álvaro Silva. Os representantes do Ministério fizeram a apresentação do projeto de irrigação para as autoridades do Estado. 
“Com este plano de irrigação as famílias do campo terão mais rentabilidade e sustentabilidade na produção e assim vamos ajudar a alavancar a agricultura familiar. É uma parceria entre a Seaf e a Empaer, Governo Federal com apoio do Banco Mundial, e tem o respaldo do Governador Pedro Taques e Vice Carlos Fávaro”, comentou o Presidente da Empaer Layr Mota. 
O secretário de agricultura Fernandes frisou que Mato Grosso, por ser uma potencialidade hídrica tem tudo para sair na frente com este projeto. “O Governo Federal sinalizou positivamente pelo fato de MT ser referência em produção no campo e possuir muitos rios. Dessa forma será assinado um termo de cooperação técnica entre SEAF e Empaer para que o projeto se viabilize.” 
Mato grosso abrange grande parte das duas maiores bacias hidrográficas do Brasil, a Amazônica e a Platina, cujas águas são separadas pela Chapada dos Parecis e pela Serra Azul. O estado possui hoje 179 mil hectares em áreas irrigadas e é visto pelo Governo Federal com enorme potencialidade hídrica, o que torna o projeto viável.


Fonte: Governo do Estado do Mato Grosso

Unesco: água só estará garantida com mudança radical dos padrões de consumo

Crise de água é global e é de governança, muito mais do que de disponibilidade do recurso, diz agência. Uso sustentável do recurso essencial à vida ainda está distante.

Relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostra que há no mundo água suficiente para suprir as necessidades de crescimento do consumo, "mas não sem uma mudança dramática no uso, gerenciamento e compartilhamento". Segundo o documento, a crise global de água é de governança, muito mais do que de disponibilidade do recurso, e um padrão de consumo mundial sustentável ainda está distante.
De acordo com a organização, nas últimas décadas o consumo de água cresceu duas vezes mais do que a população e a estimativa é que a demanda cresça ainda 55% até 2050. Mantendo os atuais padrões de consumo, em 2030 o mundo enfrentará um déficit no abastecimento de água de 40%. Os dados estão no Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos 2015 – Água para um Mundo Sustentável.
O relatório atribui a vários fatores a possível falta de água, entre eles, a intensa urbanização, as práticas agrícolas inadequadas e a poluição, que prejudica a oferta de água limpa no mundo. A organização estima que 20% dos aquíferos estejam explorados acima de sua capacidade. Os aquíferos, que concentram água no subterrâneo e abastecem nascentes e rios, são responsáveis atualmente por fornecer água potável à metade da população mundial e é de onde provêm 43% da água usada na irrigação.
Os desafios futuros serão muitos. O crescimento da população está estimado em 80 milhões de pessoas por ano, com estimativa de chegar a 9,1 bilhões em 2050, sendo 6,3 bilhões em áreas urbanas. A agricultura deverá produzir 60% a mais no mundo e 100% a mais nos países em desenvolvimento até 2050. A demanda por água na indústria manufatureira deverá quadruplicar no período de 2000 a 2050.
Segundo a oficial de Ciências Naturais da Unesco na Itália, Ângela Ortigara, integrante do Programa Mundial de Avaliação da Água (cuja sigla em inglês é WWAP) e que participou da elaboração do relatório, a intenção do documento é alertar os governos para que incentivem o consumo sustentável e evitem uma grave crise de abastecimento no futuro. “Uma das questões que os países já estão se esforçando para melhorar é a governança da água. É importante melhorar a transparência nas decisões e também tomar medidas de maneira integrada com os diferentes setores que utilizam a água. A população deve sentir que faz parte da solução.”
Cada país enfrenta uma situação específica. De maneira geral, a Unesco recomenda mudanças na administração pública, no investimento em infraestrutura e em educação. "Grande parte dos problemas que os países enfrentam, além de passar por governança e infraestrutura, passa por padrões de consumo, que só a longo prazo conseguiremos mudar, e a educação é a ferramenta para isso", diz o coordenador de Ciências Naturais da Unesco no Brasil, Ary Mergulhão.
No Brasil, a preocupação com a falta de água ganhou destaque com a crise hídrica no Sudeste. Antes disso, o país já enfrentava problemas de abastecimento, por exemplo no Nordeste. Ary Mergulhão diz que o Brasil tem reserva de água importante, mas deve investir em um diagnóstico para saber como está em termos de política de consumo, atenção à população e planejamento. "É um trabalho contínuo. Não quer dizer que o país que tem mais ou menos recursos pode relaxar. Todos têm que se preocupar com a situação."
O relatório será mundialmente lançado hoje (20) em Nova Délhi, na Índia, antes do Dia Mundial da Água (22). O documento foi escrito pelo WWAP e produzido em colaboração com as 31 agências do sistema das Nações Unidas e 37 parceiros internacionais da ONU-Água. A intenção é que a questão hídrica seja um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que vêm sendo discutidos desde 2013, seguindo orientação da Conferência Rio+20 e que deverão nortear as atividades de cooperação internacional nos próximos 15 anos.


Fonte: Rede Brasil Atual




Fertirrigação pode ser solução para pés de cafés durante estiagem em MG

Produtor de Guaranésia já aderiu ao sistema e fala de melhorias. Sistema pode reduzir gastos, ampliar produção e melhorar qualidade.

As mudanças climáticas e a estiagem trazem para o Sul de Minas um novo esquema de irrigação e aplicação de fertilizantes no café, impensável até poucos anos: a fertirrigação, ou seja, quando os nutrientes são aplicados nas plantas por meio de gotejamento. Além de ser uma medida sustentável, a fertirrigação é também uma alternativa à questão da economia de água, especialmente em tempos de crise hídrica. Esse é um dos temas que está sendo discutido na Feira de Máquinas, Insumos e Implementos Agrícolas (Femagri), em Guaxupé (MG).
O engenheiro agrônomo e produtor rural Gustavo Nehemy Faria, implantou a técnica na Fazenda Santa Luzia, em Guaranésia (MG). Faria levou quatro meses para instalar todo sistema no sítio onde tem os pés de café plantados. Com a novidade, ele pretende expandir a produção em até 30% nos próximos dois anos. A implantação da tecnologia varia entre R$ 4 e R$ 6 mil por hectare, dependendo das características do solo.
“Acredito que em três anos vamos conseguir recuperar o investimento,que foi feito também pensando em aumentar a produtividade. Atualmente colhemos 2,7 mil sacas, para 2016 pretendemos ampliar para 4 mil e até 2017 nossa produção deve ser de até 7 mil sacas”,destacou.
Ainda de acordo com Faria, a fertirrigação permite uma otimização do trabalho. Para irrigar e adubar 55 hectares, ele afirmou que atualmente gasta apenas 1 dia, com um funcionário trabalhando. Se fosse no sistema anterior, com trator, ele gastaria pelo menos quatro dias de trabalho. “Com trator, o investimento é de R$ 60 por hora, ou seja, gastaria muito mais tempo e a eficiência não é tão boa”, disse.
A adoção do sistema de fertirrigação via gotejamento favorece o bom manejo da água e dos fertilizantes no café, segundo as empresas especializadas na instalação e também os produtores que já aderiram. A água utilizada no processo é misturada com fertilizantes e com isso é possível irrigar com economia - o uso da água é reduzido em até 30% - e oferecer os nutrientes necessários para a planta.
“As melhoras podem ser sentidas desde o ambiente, até a maximização da produção de café por unidade de água e fertilizantes utilizados, até os econômicos, com o aumento da produtividade das lavouras com qualidade, garantindo maior longevidade dos cafeeiros e melhores resultados econômicos na atividade”, afirmou o professor e consultor das áreas de nutrição e fisiologia vegetal, Ricardo Teixeira.
Outro ponto positivo é que com o investimento na fertirrigação, Faria conseguiu fazer a renovação para a lavoura em 60%. Outras medidas como mais espaçamento entre os pés também foram aplicadas por ele, a fim de garantir mais economia e melhor utilização da água.
Segundo Teixeira, a utilização da fertirrigação é benéfica para as lavouras, em geral. “Com o manejo correto na irrigação é possível utilizar a água como veículo para aplicação de uma série de produtos, sejam eles de origem química ou biológica. É importante saber que fertirrigação é uma técnica de aplicação de fertilizantes e outros componentes ligados à nutrição vegetal, utilizando a água de irrigação e promovendo um ambiente adequado para absorção”, explicou.

Fertilizantes

Com a fertirrigação é possível, segundo os especialistas, ampliar o tempo de adubação do café, formando um produto mais forte, com melhora na qualidade. “Já deu para notar que com este esquema, conseguimos melhorar a qualidade. Os grãos crescem mais, ficam mais uniformes, visto que há também uma padronização da florada”, explicou Faria.
Já segundo Bruno Francischelli, responsável por uma empresa de fertilizantes e que incentiva o uso da fertirrigação para melhorar o café e o gasto de água, o Sul de Minas tem um grande potencial para aderir ao sistema. No entanto, é preciso atenção à escolha dos produtos, que quando utilizados no processo, devem apresentar algumas características básicas.
“Os fertilizantes para a fertirrigação devem ser puros, ter alta solubilidade em água, baixa condutividade elétrica e Ph entre 5 e 6. Isso faz toda a diferença na parcela orgânica e no enraizamento das plantas, na hora de absorver os microorganismos”, disse.
Ainda de acordo com ele, a empresa tem um profissional exclusivo para visitar as fazendas que fazem a adesão do produto, para explicar o funcionamento correto e os adubos mais eficientes. “Nosso objetivo é focar na eficiência da fertirrigação”, frisou Francischelli.


Fonte: G1 - Sul de Minas

Tecnologia alia produtividade a uso sustentável de água na lavoura

Agricultores familiares do Distrito Federal dão exemplos em hortas


O uso da tecnologia na agricultura pode reduzir perdas de água e aumentar a produtividade das culturas com racionalidade e sem desperdício. Experiências desse tipo já são feitas por agricultores familiares no Núcleo Rural Boa Esperança, em Ceilândia, no Distrito Federal. No Brasil, a agricultura familiar responde por cerca de 40% da produção agrícola, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e por 70% dos alimentos que entram no prato do brasileiro.
O agricultor Edivan Ferreira Machado, do Núcleo Rural Boa Esperança, usa em sua propriedade o sistema de gotejamento para irrigar os 20 canteiros de hortaliças, onde planta jiló, maxixe, quiabo, couve-flor, pimentão, entre outras culturas.
É uma tecnologia simples, mas eficiente para garantir uma lavoura saudável o ano todo e otimizar o consumo de água, garante a engenheira agrônoma da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) Maíra Teixeira de Andrade.
“A instalação do gotejo é mais cara, mas tem uma série de vantagens em relação à tradicional aspersão. A eficiência de economia de água é bem maior porque a irrigação é localizada, nas raízes das plantas”, disse.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a agricultura é responsável hoje por 70% do consumo total de água do planeta.
O gotejamento consiste na instalação de uma ou duas mangueiras com pequenos furos, posicionadas no pé da planta e protegidas por um plástico que ajuda a reter a umidade no solo.
A técnica da Emater explica que esse é um sistema de fertirrigação. “Os agricultores não precisam fazer adubação de cobertura, porque existe um controle na saída da tubulação, com um filtro, que mistura o adubo na água, então há também uma economia de fertilizantes”, disse.
Outras vantagens são a facilidade na mão de obra e a prevenção das pragas e doenças, já que o sistema não molha as folhas das plantas, impedindo a disseminação de fungos.
Edivan conta que há 15 anos é proprietário da área de seis hectares e que, até então, não conhecia a técnica de gotejo. "A mão de obra é mais fácil e o sistema não fica molhando o que não deve, além disso, conseguimos aumentar a produtividade”, disse o agricultor, que vende seus produtos na Feira do Produtor de Ceilândia e também para o Programa de Aquisição de Alimentos, do governo federal.
A engenheira agrônoma da Emater explica que o sistema de irrigação e a quantidade de água varia de uma cultura para outra. “No caso do quiabo, por exemplo, é mais interessante usar aspersão porque tem uma doença, o oídio, que se propaga na folha seca, então a água nas folhas controla isso”, disse Maíra.
Segundo ela, é importante também fazer o monitoramento do solo na hora de decidir sobre a irrigação.
A agrônoma acrescenta que a irrigação é feita por tempo de molhamento e que ela precisa ser feita na quantidade certa, porque a planta também afoga. “Meia hora de gotejo, com duas mangueiras, é suficiente”, complementa o agricultor Edivan.


Fonte: Globo Rural

Dia internacional da água: dicas para economizar na irrigação

Brasil pode produzir mais com baixo consumo, mostra edição de março da Globo Rural

Apesar de irrigar atualmente menos de 10% da área cultivada, a agricultura brasileira tem condições de fazer uso mais consciente da água, recurso natural cada vez mais precioso no planeta. Atualmente, são 5,7 milhões de hectares com algum tipo de irrigação no campo. Em países como Estados Unidos, o terreno irrigado é duas vezes maior.
Globo Rural preparou uma lista com dicas de economia para os produtores. O conteúdo faz parte da edição de março da revista, que traz exemplos de como produzir mais por hectare com baixo consumo, até mesmo em regiões que não tem problema com a disponibilidade de água.

Evapotranspiração

Antes de acionar a irrigação é importante calcular a evapotranspiração de cada cultura, diariamente. Com isso é possível saber o volume exato de água que deve ser recolocado no campo. Para conhecer o valor é preciso medir as chuvas e a temperatura na área de cultivo todos os dias. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) disponibiliza um aplicativo que pode ajudar: clima.feis.unesp.br/smai

Hora de irrigar

Não use os irrigadores entre às 17h e 20h30. Esse é considerado o horário de pico de energia, quando a tarifa se eleva significativamente. Entre às 21h e 6h, o valor é ao menos 30% mais barato. Além disso, como a temperatura é menor durante à noite e a incidência de ventos também, normalmente há uma eficiência maior da aplicação noturna da água.

Conservação

Faça um mapeamento da área para saber se existem nascentes. Se houver, veja em que condições estão, recupere conserve-as, plantando espécies nativas em volta. Programas do governo até remuneram produtores que com valores mensais.

Solo

Procure fazer curvas de nível e manter maior quantidade de matéria orgânica no solo. Isso ajuda na retenção e na conservação de água no solo, além de amenizar a temperatura na terra.

Desperdício

Estabeleça uma rotina para verificar se não há vazamentos nas tubulações instaladas nos equipamentos de captação e distribuição de água no campo. Cada milímetro desperdiçado vale muito.


Fonte: Globo Rural

Investimento em barragens garante o sucesso de fazendas do Ceará

Em meio à seca e destruição, há também exemplos de fartura. Produtores de leite têm hoje o bem mais precioso da produção rural: a água.

A seca que atingiu várias partes do país no último ano é uma realidade que os nordestinos conhecem de longa data e aprendem a conviver.
Fazendas de leite do Ceará que investiram em tecnologia, hoje conseguem ter o bem mais precioso para a produção rural: a água. O resultado é um gado sadio e produtivo o ano inteiro, como mostra a repórter Cristina Vieira.
Paisagem seca da caatinga, típica da época de seca no sertão. A primeira parada é no município de Umirim. O verde desapareceu das árvores e do capim e quase não tem mais água nos rios e açudes.
A média anual de chuvas nessa região é em torno de 800 milímetros. Em 2014, foram só 600 e, ainda assim, com chuvas mal distribuídas, concentradas em poucos meses. Nas fazendas, o pasto vira palha e muitos animais não resistem à falta de água, mas em meio a essa realidade há também exemplos de fartura.
No contraste com a paisagem seca do sertão, sem pasto, o capim verdinho alimenta as vacas leiteiras. Isso só é possível porque a água da chuva foi guardada para fazer irrigação. Pode-se dizer que é uma produção de vacas irrigadas.
Durante os meses de estiagem, uma vez ao dia, o pivô distribui entre sete e oito milímetros de água no campo, como mostra o diretor de pecuária, Rafael Carneiro, neto do dono da fazenda.
A área começou a ser irrigada há três anos e deu tão certo que o sistema de criação mudou. As vacas de leite saíram do confinamento para o chamado pastejo rotacionado. A área é dividida em 20 piquetes, o gado fica em cada um deles por 24 horas e vai trocando, assim, todo dia as vacas se alimentam em um piquete diferente e só voltam para o primeiro 19 dias depois, tempo suficiente para o pasto se recuperar e ficar bonito e nutritivo.
Em 22 hectares irrigados com capim mombaça, tem comida para mais de 300 animais.
“Nossa produtividade aumentou 20% no primeiro mês e os custos reduziram em 50%. Era uma atividade que empatava ou dava pouco ganho, mas se tornou viável”, diz Rafael.
O que está por trás de tudo isso são as barragens e elas só foram construídas depois de um estudo da capacidade de todo o terreno da fazenda para armazenar água. Em 1,2 mil hectares são três grandes barragens e outros 24 reservatórios menores.
A fazenda tem no total 1,8 mil animais. As 780 vacas em produção rendem 14,5 mil litros de leite por dia: o que dá mais de 18 litros por animal.
O veterinário Péricles Montezuma acompanha todas as etapas da produção. As vacas sadias no campo são reflexos de práticas que começam em seguida após o parto. Para controle de nutrição e sanidade, bezerrinhas que acabaram de nascer logo são separadas da mãe.
O primeiro leite da mãe, o colostro, passa pelo teste que avalia a quantidade de anticorpos, é o que vai fornecer as defesas para os recém-nascidos.
Dois dias depois do nascimento, os animais vão para o bezerreiro, onde a água também vem das barragens. Mas o que eles mais querem nesse momento é o leite.
Neste ambiente, as bezerras ficam presas por uma corrente ligada a um cabo de aço, em um sistema de sombreamento, que foi construído especialmente para que toda a área receba sol em alguma parte do dia.
As bezerrinhas ficam neste espaço durante dois meses e mais 10 dias sem leite, só com ração, em uma espécie de adaptação para a próxima fase, a de convivência com outros animais. Aí elas são soltas, mas ainda em pequenos grupos, e passam por várias categorias até chegar à idade de reprodução. Tantos cuidados são necessários para preparar um gado produtivo e resistente.
Outro investimento é no cruzamento genético. A fazenda trabalha com inseminação artificial há 11 anos.
Esses bons resultados não são méritos apenas de grandes propriedades. Uma fazenda de 210 hectares, em Paracuru, trabalhava só com a plantação de coco, mas raças ao empenho dos donos para buscar conhecimento e tecnologia, hoje tem produção de leite o ano todo, faça chuva ou faça sol.


Fonte: Globo Rural

Técnica de irrigação alia produtividade a sustentabilidade

O uso da tecnologia na agricultura pode reduzir perdas de água e aumentar a produtividade das culturas com racionalidade e sem desperdício. Experiências desse tipo já são feitas por agricultores familiares no Núcleo Rural Boa Esperança, em Ceilândia, no Distrito Federal.
No Brasil, a agricultura familiar responde por cerca de 40% da produção agrícola, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e por 70% dos alimentos que entram no prato do brasileiro.
O agricultor Edivan Ferreira Machado, do Núcleo Rural Boa Esperança, usa em sua propriedade o sistema de gotejamento para irrigar os 20 canteiros de hortaliças, onde planta jiló, maxixe, quiabo, couve-flor, pimentão, entre outras culturas.
É uma tecnologia simples, mas eficiente para garantir uma lavoura saudável o ano todo e otimizar o consumo de água, garante a engenheira agrônoma da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) Maíra Teixeira de Andrade.
“A instalação do gotejo é mais cara, mas tem uma série de vantagens em relação à tradicional aspersão. A eficiência de economia de água é bem maior porque a irrigação é localizada, nas raízes das plantas”, disse.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a agricultura é responsável hoje por 70% do consumo total de água do planeta.
O gotejamento consiste na instalação de uma ou duas mangueiras com pequenos furos, posicionadas no pé da planta e protegidas por um plástico que ajuda a reter a umidade no solo.
A técnica da Emater explica que esse é um sistema de fertirrigação. “Os agricultores não precisam fazer adubação de cobertura, porque existe um controle na saída da tubulação, com um filtro, que mistura o adubo na água, então há também uma economia de fertilizantes”, disse.
Outras vantagens são a facilidade na mão de obra e a prevenção das pragas e doenças, já que o sistema não molha as folhas das plantas, impedindo a disseminação de fungos.
Edivan conta que há 15 anos é proprietário da área de seis hectares e que, até então, não conhecia a técnica de gotejo. "A mão de obra é mais fácil e o sistema não fica molhando o que não deve, além disso, conseguimos aumentar a produtividade”, disse o agricultor, que vende seus produtos na Feira do Produtor de Ceilândia e também para o Programa de Aquisição de Alimentos, do governo federal.
A engenheira agrônoma da Emater explica que o sistema de irrigação e a quantidade de água varia de uma cultura para outra. “No caso do quiabo, por exemplo, é mais interessante usar aspersão porque tem uma doença, o oídio, que se propaga na folha seca, então a água nas folhas controla isso”, disse Maíra.
Segundo ela, é importante também fazer o monitoramento do solo na hora de decidir sobre a irrigação.
A agrônoma acrescenta que a irrigação é feita por tempo de molhamento e que ela precisa ser feita na quantidade certa, porque a planta também afoga. “Meia hora de gotejo, com duas mangueiras, é suficiente”, complementa o agricultor Edivan.


Fonte: Exame.com

Técnicas para armazenar água e produzir alimentos ajudam a viver no Semiárido

A solução para reduzir os impactos negativos da seca está no próprio Semiárido. É o que demonstram diversas famílias e comunidades cearenses que conseguem fazer bom uso dos recursos que ficam escassos nos meses de estiagem. E muita coisa é feita ali, ao lado das casas. O agricultor João Firmino, 85 anos, desceu a serra de Baturité, no centro-norte do Ceará, na década de 1950 para viver no Sertão Central (historicamente considerada a área mais árida do estado) e conta que, naquela época, não faltava serviço. Para ter água em casa, entretanto, era preciso sair às duas da madrugada em direção a um açude.
Firmino vive na comunidade de Bom Jardim, em Quixadá, há 25 anos. Hoje, ao lado da cisterna-calçadão (que capta água por meio de um “calçadão” construído ao lado do reservatório), ele fica admirado quando a filha Lourdes, 41 anos, pega um balde e retira água de uma pequena abertura. “É muita água, graças a Deus.” As chuvas que caíram em Quixadá entre o final de fevereiro e o início de março praticamente encheram a cisterna de 52 mil litros, cuja água é utilizada para irrigar a produção de frutas, hortaliças e grãos. Na frente da casa, outra cisterna capta água da chuva pelas calhas para consumo familiar.
A agricultora Lourdes Lopes Alves seguiu os passos dos pais e é quem hoje mantém o quintal produtivo da família. De lá, saem não só os alimentos que a família consome. Ela reúne o excedente para vender na feira em Quixadá. Além disso, produz e vende um bolo feito com o milho colhido em casa.
A segurança hídrica é apenas um dos muitos pontos importantes da convivência com o Semiárido. Odaléa Severo, integrante da coordenação estadual da Articulação no Semiárido (ASA), defende que o acesso à terra e a estocagem de alimentos para as pessoas e para os animais são outros meios de manter as famílias sertanejas em suas terras.
“Seca não se combate. É preciso criar mecanismos para viver bem no Semiárido. Experiências como essa mostram que isso é possível. Estamos rompendo com um paradigma de combate à seca que foi repercutido ao longo da história.”
Nova Russas - Moradores convivem com período de seca na comunidade rural de Irapuá. O agricultor João Pinto, 52 anos, mantém uma plantação e cria galinhas para sustento da família Fernando Frazão/Agência Brasil
Em Nova Russas, na região dos Inhamuns (a 239 quilômetros de Quixadá), a comunidade Irapuá é uma demonstração do potencial do Semiárido. Lá, os produtores se reuniram em associações para organizar o trabalho, que envolve a produção de frutas e hortaliças, de artesanato, de aves e de mel de abelha. O próximo passo da comunidade é conseguir um selo que comprove a excelência do trabalho na produção orgânica de mel. Além disso, os apicultores aguardam a próxima florada, resultado das chuvas recentes, para colocar em funcionamento o novo entreposto – local em que o mel é beneficiado para chegar ao consumidor. 
A expectativa para as primeiras produções no novo local é um pouco menor. Antes das chuvas, quando a água estava escassa e a temperatura era alta, as abelhas deixaram mais da metade das 320 colmeias de Irapuá. Atualmente, os apicultores contam com, aproximadamente, 150 colmeias. Mesmo assim, o presidente da Associação Agroecológica de Certificação Participativa dos Inhamuns (Acep), Vicente Pinto de Carvalho Neto, está otimista. Ele estima que, em abril, já haverá mel e que o número de colmeias voltará a crescer. “Como choveu, as abelhas que foram embora voltam, trazem outras e se reproduzem.”
Com as chuvas de fevereiro e março, a cisterna de enxurrada (que capta água diretamente do solo e faz duas filtragens antes de ser armazenada) do quintal do agricultor João Pinto, 52 anos, ficou praticamente cheia. Mesmo assim, ele não deixou de ficar atento ao bom uso da água. Uma tecnologia que ajuda no uso sustentável do recurso é o chamado canteiro econômico. Trata-se de um espaço de nove metros quadrados onde a irrigação se dá de baixo para cima, por meio de uma tubulação com furos que passa por baixo da terra. A água é colocada por uma abertura e distribuída na terra pelos furos. João estima que o canteiro precise de dez litros de água, enquanto espaços convencionais cheguem a consumir até 40 litros de água.
Na comunidade de Irapuá, a produção de algodão agroecológico é a principal fonte de renda dos agricultores que trabalham com o manejo ecológico, segundo o presidente da Associação dos Produtores da Agricultura Familiar (Apaf), Antônio Giovane Pinto de Carvalho. No quintal de João Pinto, as primeiras sementes já foram plantadas e as plumas devem ser colhidas entre junho e julho. Uma empresa estrangeira com sede no Brasil adquire a produção orgânica cearense e já apresentou aos agricultores a meta de comprar 4 mil quilos de pluma de algodão. Um grande desafio para Irapuá, que produziu no ano passado 400 quilos. Além dos agricultores da comunidade, segundo o presidente da Apaf, há cerca de 60 trabalhadores na região dos Inhamuns certificados para produzir algodão agroecológico e mais 50 interessados em trabalhar dentro dessa perspectiva.
Com autonomia para decidir o que plantar e acompanhamento para saber trabalhar com recursos escassos em momentos de seca, o sertanejo não precisa sair de sua terra, avalia o técnico agrícola da Cáritas de Crateús, Edmar Filho. Para ele, o Poder Público tem muito o que aprender com os sertanejos.
“Existe uma troca de conhecimentos, de técnicas de convivência com o semiárido, entre nós, técnicos, e as comunidades que ainda não usam essas técnicas. Elas [as técnicas] são bastante disseminadas entre as entidades que acompanham as comunidades e esperamos que sejam mais disseminadas ainda entre os governos. O Poder Público tem que vir no campo e ver o que os agricultores estão fazendo”, defende.


Fonte: EBC

Bacia do Alto Tietê terá R$ 60 mi para modernizar sistema de irrigação

Programa será lançado nesta sexta-feira pelo Governo de São Paulo

O governo de São Paulo vai liberar R$ 60 milhões por meio de uma linha de crédito com juros subsidiados (juros zero) para a modernização dos sistemas de irrigação das propriedades rurais localizadas nas bacias de contribuição dos reservatórios para abastecimento público do Alto Tietê. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) lançará o programa nesta sexta-feira (20/3), em Piracaia.
Do total autorizado, R$ 7 milhões serão destinados para subvenção de juros do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) e R$ 53 milhões para os financiamentos por intermédio de Desenvolve SP. As bacias de contribuição dos reservatórios para abastecimento público do Alto Tietê são: Taiaçupeba, Jundiaí, Biritiba, Paraitinga e Ponte Nova.
De acordo com o governo, o objetivo é incentivar a modernização dos equipamentos de irrigação com a substituição de tecnologias ultrapassadas e a adoção de técnicas que permitam, por meio da otimização dos recursos hídricos, grande diminuição na captação de águas superficiais na bacia do Alto Tietê. Serão contemplados pelo programa pequenos agricultores dos municípios de Biritiba Mirim, Mogi das Cruzes, Salesópolis e Suzano.


Fonte: Globo Rural

Calendário agrícola gera economia de água em perímetros do Baixo São Francisco sergipano

O perímetro irrigado Propriá, no Baixo São Francisco sergipano, deverá ter um calendário agrícola para a rizicultura implantado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) ainda neste ano. Com a medida, a empresa espera alcançar uma economia no consumo de água de 25% com aumento de produtividade para os agricultores. O percentual é o mesmo obtido pelos produtores dos perímetros Cotinguiba/Pindoba e Betume, ambos geridos pela Codevasf, desde a adoção do calendário agrícola, em 2010.
Com o calendário agrícola, o consumo anual de água nos perímetros Cotinguiba/Pindoba e Betume foi reduzido de aproximadamente 111 milhões de metros cúbicos de água para cerca de 82 milhões de metros cúbicos, somando os dois perímetros. Consequentemente, a medida gerou economia de despesas e o gasto total com energia elétrica diminuiu de aproximadamente R$ 2 milhões para R$ 1,5 milhão ao ano. A ação beneficia cerca de 6 mil pessoas nos perímetros do Baixo São Francisco sergipano. 
O objetivo da Codevasf é estender essa economia ao perímetro Propriá. Assim como ocorreu nos outros dois perímetros, a medida está sendo proposta pela equipe de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) aos agricultores, por meio da Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Propriá, responsável pela gestão do projeto de irrigação. A expectativa é que o calendário agrícola seja implantado já na próxima safra de arroz. A equipe de Ater representa um investimento anual da Codevasf de R$ 554 mil. 
A adoção de um calendário agrícola para o planejamento das safras de arroz favorece a produtividade, explica o gerente regional de Irrigação, Ricardo Martins. “A resposta do arroz é melhor no verão, porque é quando temos mais luz e menos chuvas na região. Então, se o plantio ocorre nessa época, o produtor tem custos menores do que se produzir duas vezes por ano, tem maior eficiência e aufere maior renda. No inverno, havia inundação dos lotes e uma perda de produtividade”, afirma.
O superintendente regional da Codevasf em Sergipe, Said Schoucair, ressalta que a reabilitação dos perímetros Propriá, Cotinguiba/Pindoba e Betume também vai contribuir para, entre outros benefícios, reduzir o desperdício de água na produção irrigada. “Estamos realizando ações no sentido de modernizar os perímetros irrigados e melhorar a produção agrícola na região”, declara.
O calendário agrícola também facilita a execução de ações de operação e manutenção da infraestrutura de uso comum dos perímetros irrigados. Com o planejamento prévio dos períodos de plantio e colheita, o período de entressafra é utilizado para a manutenção de bombas e das redes de irrigação e drenagem.


Fonte: Codevasf

As tendências do agronegócio ditadas pelo novo cenário econômico

Negócios na Expodireto indicaram precaução para investir, apesar da supersafra, e foco em ações estratégicas, como estocar grãos

A velocidade dos investimentos em tecnologia que ajudaram a projetar a maior safra de grãos do Estado será controlada, a partir de agora, com olhar mais apurado. Os negócios fechados na 16ª Expodireto Cotrijal, na última semana, anteciparam o comportamento que deve ditar o ritmo do agronegócio neste ano.
Antes de investir em insumos, máquinas ou armazéns, os cálculos deverão ser feitos para se adequar ao novo cenário econômico, com custos de produção maiores e juro mais alto.
Ao apostar em armazenagem, agricultores entram para um grupo seleto daqueles que têm silos próprios para estocar a produção. Hoje, só 16% do volume produzido no país é guardado nas propriedades, conforme a Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica. Nos Estados Unidos, chega a 56%.
Nesta safra, a família Sartori, de Almirante Tamandaré do Sul, estreou o primeiro silo, comprado na Expodireto de 2014. O sistema levou um ano para ficar pronto. A estrutura, que custou R$ 250 mil, pode armazenar 15 mil sacas de soja, mais de 30% da colheita prevista para este ano na propriedade.
— Só a economia que teremos com frete nesta época e com as despesas de secagem e limpeza do grão pagará o investimento em pouco tempo — prevê Alexandre Sartori, 38 anos, que administra a propriedade com o pai, Valdir, 68 anos, e o irmão Maurício, 23 anos.
Na Expodireto 2015, compraram outro silo, igual ao recém-instalado.
— Agora que começamos a investir, vamos até o fim para, um dia, armazenar 100% da produção — frisa Alexandre, que financiou o novo silo pelo Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), com juro anual de 4% e 15 anos para pagar.
Criado em 2013, com previsão de orçamento anual de R$ 5 bilhões por cinco anos, o PCA permitiu financiar todo o sistema — do silo à estrutura complementar. Antes, com juro maior, o crédito só cobria 50% do valor do silo. A nova linha fez as fabricantes faturarem. Só as vendas da Kepler Weber, de Panambi, subiram 60% em dois anos.
— O produtor passou a demandar mais silos. Antes do PCA, grande parte dos negócios era com cerealistas e cooperativas — lembra Tadeu Vino, superintendente comercial.
A Engegran, também de Panambi, triplicou o faturamento desde 2013.
— O único problema é a burocracia. Temos estruturas vendidas da Expodireto do ano passado que ainda não foram construídas — reclama Lirio Dessbesell, diretor comercial da empresa.
As queixas sobre demora e burocracia são reforçadas pelos produtores.
— O processo é muito lento. Demoramos meses para conseguir cada licença necessária — critica Alexandre.
Principal agente financeiro do PCA, o Banco do Brasil (BB) contesta.
— É um investimento mais complexo do que uma máquina. Envolve desde parte elétrica até a ambiental — explica João Paulo Comerlato, gerente de mercado agronegócio do BB no Estado.
Apesar do déficit, os financiamentos contratados em 2014 para conclusão neste ano farão crescer em mais 2 milhões de toneladas a capacidade de armazenagem do Estado, estima a Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica. No país, o déficit ultrapassa 40 milhões de toneladas — diferença de 27% entre capacidade e produção.
Ganhos: menor gasto com transporte da safra e economia na limpeza e secagem dos grãos em armazéns de terceiros.
Fique atento: o controle das condições do produto armazenado deve ser constante para não prejudicar a qualidade.

Nos grãos, tecnologia e produtividade são principal foco

Apesar do clima favorável e da iminente safra recorde de grãos, o cenário de instabilidade econômica acende uma luz de alerta no semáforo das lavouras gaúchas: custo de produção. Juro mais alto e aumento nos preços da energia elétrica e dos combustíveis somam-se à alta do dólar, que impacta no valor dos insumos. Por isso, será preciso mais cuidado na hora de investir o bom resultado da colheita:
— O produtor não pode fazer investimentos olhando para o retrovisor, mas para frente — diz o assistente técnico estadual da Emater, Alencar Rugeri.
Com agricultura de precisão em toda a área e irrigação em 65%, o produtor Arno Costa Beber, 45 anos, colheu na última safra 61 sacas de soja por hectare — 42% a mais do que a média estadual. Para este ano, a expectativa é de obter uma média ainda superior: 70 sacas por hectare.
Apesar do bom resultado nas lavouras, que somam 2 mil hectares em Condor, Palmeira das Missões, Santo Augusto e Ijuí, no Noroeste, Beber planeja deixar em segundo plano a compra de máquinas e caminhões devido à instabilidade econômica:
— O ano será focado em reduzir custos, já que tudo aumentou. Vou investir em tecnologia, para a produtividade crescer, e na qualificação de funcionários, para garantir melhor manejo.
A procura por tecnologia, uma das marcas tradicionais da Expodireto, deixou as empresas do setor animadas. O gerente regional de soja da Monsanto, Tales Pezzini, explica que, apesar do aumento no custo de produção, os agricultores não devem economizar em insumos visando maior rendimento por hectare:
— Neste ano, muitos estão buscando novas cultivares e tecnologias para melhor controle de pragas.
Sobre o perfil da próxima safra de verão, diante do sucesso da atual, há perspectiva de que a soja, que teve área 2,8% maior do que em 2014, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ganhe ainda mais espaço no Estado. De acordo com Rugeri, caso a boa produtividade se confirme, o grão pode conquistar áreas de pecuária e até de arroz.
Ganhos: uso da tecnologia e manejo adequado das lavouras ampliam o rendimento.
Fique atento: alta no custo da produção exige mais cautela na hora de investir.

Máquinas no pêndulo do juro

Com máquinas e implementos agrícolas praticamente renovados nos últimos anos, o produtor Diego Roberto Pias, 25 anos, completou a frota ao comprar um pulverizador na Expodireto Cotrijal, em Não-MeToque. O investimento de R$ 440 mil foi motivado pela necessidade e, especialmente, pela oportunidade.
— Não sabemos como vão ficar as taxas daqui para frente — destacou Diego, que trabalha ao lado do pai, João Luiz Assis Pias, 54 anos.
O equipamento foi comprado pela linha de financiamento Moderfrota, ainda com juro de 4,5% ao ano. Se a mesma compra tivesse sido feita com juro de 7,5%, que será o novo custo do programa, o pulverizador iria custar R$ 60 mil a mais.
Com 300 hectares de soja e 80 hectares de milho cultivados em Palmeira das Missões, no noroeste do Estado, pai e filho tinham um pulverizador antigo, de 1995. O novo equipamento tem eficiência duas vezes maior na aplicação de defensivos ou fertilizantes. Ou seja, o trabalho que antes levava uma hora será feito em 20 minutos.
— Isso significa economia de óleo diesel e de mão de obra — destaca Pias, lembrando que os custos de produção terão crescimento considerável no próximo ciclo.
O resultado dos negócios obtidos durante a Expodireto é um termômetro de como deverá ser o ano. E, mesmo com previsão de uma retração nas vendas em 2015, o setor de máquinas e implementos agrícolas prevê um período de bons negócios.
— Sentiremos um pouco a baixa nas vendas, mas ainda iremos sofrer menos do que outros setores da indústria — estima Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers).
Um dos pontos que promete dar fôlego é a perspectiva de colheita recorde de grãos no Rio Grande do Sul nesta safra — deve ultrapassar 30 milhões de toneladas, segundo a Emater. Outro fator é o preço da soja, valorizado pelo aumento na cotação do dólar no câmbio brasileiro.
— No momento em que a economia está parada, qualquer venda deve ser comemorada — pondera Bier.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontou queda de 24,9% na venda de máquinas agrícolas no primeiro bimestre deste ano em relação a 2014. Nos dois primeiros meses de 2015, as indústrias de máquinas e implementos agrícolas ainda reduziram a produção em 27,4%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar disso, há expectativa de que os juros ainda competitivos contribuam para uma leve recuperação do setor durante o primeiro semestre do ano.
— Ainda há crédito a juro reduzido. Aquele produtor que precisa renovar algo, e fez as contas, deve aproveitar — frisa o economista da Federação da Agricultura no Estado (Farsul), Antônio da Luz
Ganhos: a garantia de crédito a juro reduzido ainda é uma oportunidade para quem pretende investir.
Fique atento: independentemente do juro, é preciso fazer as contas e planejar para não ser surpreendido.

Irrigação mais ágil

A preocupação em investir na irrigação segue no horizonte, apesar de não ter faltado chuva nesta safra. Presidente da Comissão de Irrigantes da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), João Augusto Telles destaca, no entanto, que a burocracia para implantar o sistema e a recente alta no preço da energia são fatores que podem frear investimentos:
— A safra é boa, mas a alta na energia poderá fazer o produtor repensar.
Outro desafio é a elevação do juro: a taxa de 4% vai só até 30 de junho. Apesar de preocupar, o cenário é visto como oportunidade para e expandir, segundo Telles, os atuais 180 mil hectares irrigados no Estado.
— Quem quer comprar vai acabar aproveitando o primeiro semestre — diz Siegfried Kwast, diretor-superintendente da Fockink, de Panambi.
Principal programa de incentivo à irrigação gaúcha, o Mais Água, Mais Renda foi criado em 2012. De acordo com o governo do Estado, recebeu 2,4 mil projetos para irrigar 
70 mil hectares. Atualmente, 400 propostas aguardam análise ou estão em fase de avaliação.
De acordo com Telles, para que a irrigação avance mais, será preciso aumentar os limites de área contemplados pelo programa e acelerar a análise dos pedidos protocolados.
— A ideia é buscar a ampliação e dar agilidade com remanejo de servidores para avaliar projetos — diz o secretário de Agricultura, Ernani Polo.
Ganhos: deixa o produtor menos dependente das variações climáticas e aumenta
a produtividade.
Fique atento: a alta na tarifa de energia elétrica deve ser levada em conta ao 
usar os equipamentos.


Fonte: ZH Campo e Lavoura

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