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Kits de irrigação implantados pela Codevasf ajudam famílias rurais alagoanas a superar efeitos da estiagem

Coentro, alface, couve, milho, tomate, berinjela, feijão-de-corda. Famílias de agricultores do semiárido alagoano estão assistindo as hortas florescerem, mesmo em meio à estiagem prolongada, graças aos kits de irrigação implantados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) – uma iniciativa que visa a fornecer mais uma alternativa de superação dos efeitos da seca para comunidades rurais e, ao mesmo tempo, garantir a sustentabilidade ambiental ao promover o uso racional da água.
Em Alagoas, 76 kits de irrigação já foram implantados pela Codevasf em hortas familiares ou entregues às prefeituras – para repasse às famílias cadastradas –, de três municípios do Vale do São Francisco. A ação integra o eixo de inclusão produtiva do Plano Brasil Sem Miséria, conta com recursos da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI) e deve beneficiar ainda neste ano 200 famílias em Alagoas, com investimentos de mais de R$ 100 mil em equipamentos.
“Depois da implantação do kit de irrigação, eu já tirei de meu lote duas safras de tomate e uma de milho, e estou com a couve pronta para colher agora. A chegada desse kit foi de extrema importância. Nós não tínhamos um sistema como esse. Nossa irrigação era feita de forma manual. Mas quando o kit de irrigação por gotejamento chegou, facilitou muito nosso trabalho. Basta a gente ir lá e ligar o sistema”, afirma Magno Santos, que cultiva coentro, alface, couve e milho em um lote do projeto Marituba, gerido pela Codevasf em Penedo, e onde outras cinco famílias também estão produzindo com uso dos kits de irrigação implantados pela Codevasf por meio da 5ª Superintendência Regional.
“O kit de irrigação nos fez economizar bastante no uso da água. Com a irrigação por gotejo, além da economia de água, o cultivo fica bem irrigado, pois a água cai direto no pé da planta”, observa o agricultor.

Gotejamento por gravidade

Segundo o engenheiro agrícola da Codevasf Kyran Pereira, os kits de irrigação possuem capacidade de irrigar uma área de 500 m² na modalidade gotejamento por gravidade, o que racionaliza o consumo de água.
“O sistema de irrigação por gotejamento é eficiente, porque a aplicação de água ocorre diretamente no sistema radicular da planta em cultivo. A perda de água por evapotranspiração é menor do que em outros sistemas de irrigação, como por aspersão ou microaspersão. São essas características que o tornam mais eficiente com economia de água”, diz.
Para localizar e cadastrar os potenciais beneficiários que se enquadrassem nos critérios de atendimento do Plano Brasil Sem Miséria, a Codevasf trabalhou em duas estratégias. “Na primeira, as secretarias de agricultura dos municípios identificaram os potenciais beneficiários dentro do perfil para atendimento pelo plano. Após esse trabalho, a Codevasf realizou a validação desses cadastros. Em outra frente, a Companhia fez diretamente o cadastro e a implantação para os beneficiários”, explica o engenheiro agrícola.

Segurança alimentar

Em Palmeira dos Índios, no semiárido alagoano, o projeto Fazenda Divina Misericórdia foi um dos beneficiados com os kits de irrigação. O projeto recebeu 10 kits que são utilizados para assegurar a inclusão produtiva e a segurança alimentar dos dependentes químicos acolhidos pela comunidade terapêutica.
“Os kits melhoraram a irrigação de nossa horta, pois simplificaram o trabalho, já que antes utilizávamos regador. Hoje conseguimos plantar mais e obter mais resultado, inclusive com economia de água, uma grande vantagem. O trabalho com os acolhidos também ganhou com o kit, pois eles passaram a conhecer outra tecnologia, o que renovou o conhecimento deles”, revela Arly Silva, um dos responsáveis pelo projeto.
Hoje a instituição acolhe 30 dependentes químicos que têm na horticultura uma terapia para superação da dependência. Com o kit de irrigação, os acolhidos cultivam atualmente berinjela e feijão-de-corda, mas, segundo Silva, a produção é variada. “Há mais de um ano recebemos os kits de irrigação. Nossa produção é bem variada. Se trabalharmos com somente um produto, a terra fica fraca. Hoje estamos com berinjela e feijão-de-corda. Já trabalhamos com pimentão, pimenta, alface, cebolinha, abobrinha”, conta.
Agricultores familiares de Arapiraca, o município mais populoso do Vale do São Francisco alagoano, também foram beneficiados com os kits de irrigação do Plano Brasil Sem Miséria. Segundo o engenheiro agrônomo José Anderson Barros, responsável por acompanhar o projeto na Secretaria Municipal de Agricultura de Arapiraca, inicialmente o município foi contemplado com 50 kits de irrigação, mas esse número poderá aumentar.
“Arapiraca foi contemplada inicialmente com 50 kits de irrigação, sendo que 11 já foram repassados pela Codevasf à Secretaria Municipal de Agricultura e estão beneficiando as comunidades Pé Leve Velho, Cangandu e Flexeiras – que foram atendidas prioritariamente, porque são tradicionais no cultivo de hortaliças que abastecem diversos municípios do agreste e litoral de Alagoas, além de possuírem um potencial hídrico propício para a atividade de agricultura irrigada”, afirma.
Outros 10 kits, segundo Barros, estão em vias de serem destinados para a Associação das Mulheres Produtoras de Doce de Mamão, que usarão os equipamentos para cultivar a fruta.

Aumento da produtividade

Até o momento, foram implantados pela Codevasf 1.828 kits familiares de irrigação em benefício de comunidades rurais do semiárido mineiro e da Bahia, Alagoas, Sergipe, Piauí, Ceará e Maranhão. A meta de 2 mil kits deve ser atingida ainda no primeiro semestre deste ano.
A implantação dos kits é uma ação conjunta dos programas Água Para Todos (2ª Água) e Desenvolvimento Regional, Territorial Sustentável e Economia Solidária (Inclusão Produtiva), ambos vinculados ao Plano Brasil Sem Miséria. O investimento em equipamentos foi de mais de R$ 1 milhão, com recurso proveniente da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI).
“Um dos objetivos da implantação dos kits é estimular a produção para o autoconsumo e a comercialização do excedente pelos beneficiários. Dentre as vantagens do sistema, podemos destacar a eficiência no uso da água; a facilidade de instalação, operação e manutenção; a otimização do tempo para irrigar, o aumento da produtividade das lavouras; e a melhoria da qualidade dos produtos ofertados”, explica Manoel Nicolau, engenheiro agrônomo da Unidade de Arranjos Produtivos da Codevasf.
A composição dos kits abrange 21 itens, entre registro, filtro de tela, conexões, tubos de distribuição em polietileno, adaptadores de tubos, bobina de tubo gotejador e outros acessórios. A implantação é feita após análise da vocação agrícola e das necessidades de cada família. Uma das exigências para a instalação do equipamento é a existência de fonte hídrica que garanta a sustentabilidade da atividade.
Segundo a gerente de Desenvolvimento Territorial da Codevasf, Izabel Aragão, a participação da Companhia na execução das ações de Inclusão Produtiva está sendo uma ótima oportunidade para contribuir com as mudanças na situação de pobreza rural do país. “Quando vamos ao campo podemos observar a importância que essa ação trouxe para as comunidades rurais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares, possibilitando a economia de água e a geração de emprego e renda”, destaca.


Fonte: Codevasf

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